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As soluções das IES privadas e públicas para a crise

01/08/2020

A Pandemia do Covid está refletindo em vários aspectos da vida em sociedade. No caso da educação superior no Brasil ficaram ainda mais evidentes as diferenças entre as instituições privadas e públicas. As primeiras, desde o início da suspensão das atividades presenciais, buscaram formas de não perder o contato com os alunos. Adotaram quase imediatamente o ensino remoto. Acoplaram a este as chamadas metodologias ativas (apesar de não conseguirem aplicar isso presencialmente, acham que podem fazer remotamente).

Inicialmente, as instituições públicas ficaram paralisadas. Aguardaram para ver o que iria acontecer. Depois, com a continuidade da suspensão passaram a reagir de forma diferenciada, mas predomina um discurso de justificativa para não utilizar as tecnologias disponíveis. Alegam que boa parte dos alunos não têm acesso a internet, que suas casas não possuem condições para um bom aprendizado e que as famílias estariam passando por um momento muito difícil, tornando impossível conciliar essas questões com o ensino remoto. Aliás, este não permitiria desenvolver objetivos de aprendizagem condizentes com os projetos pedagógicos dos cursos.

O que me parece. Que as IES privadas estão organizando uma narrativa que não condiz com a realidade. Aproveitar um momento emergencial para emplacar definitivamente o ensino híbrido nos currículos e depois nos regulamentos educacionais implica em desconsiderar uma série de outros aspectos relacionados com uma educação eficaz. Não se muda a cultura de ensino com um só golpe. A perda de conhecimentos e experiências será expressiva.

As IES públicas, cada vez mais assumindo um viés ideológico, estão perdendo uma excelente oportunidade de experimentação de novos processos, até mesmo para poderem propor outras soluções. O discurso da igualdade não condiz com a realidade de muitas das salas de aula, onde professores improvisam conteúdos, não conhecem seus alunos, mantém com eles uma atitude distanciada, portanto, de baixa interação.

Enfim, seguem sendo dois mundos completamente diferentes, com abordagens e soluções incompatíveis com a realidade. Perdem os aprendizes e a sociedade.

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